sábado, dezembro 04, 2004

Olhos nos Olhos

Esta historia, foi-me enviada por um grande amigo o qual, carinhosamente, me deu autorização para a publicar aqui. Espero que a apreciem tanto como eu.
(só não sei se é veridica ou não, mas...)


Eu já sabia que olhando para alguém, directamente nos olhos, lhe podemos “ler“ a alma. Fiz isso dezenas, se não centenas, de vezes ao longo de toda a minha vida. Quem já andou pela esta cidade “no engate“ sabe de que é que eu falo. Um certo brilhozinho, uma olhadela meio de esguelha, um certo olhar lânguido e desinteressado ou um olhar profundo e directo que nos faz estremecer como se tivéssemos apanhado um choque eléctrico.

Foi isso que aconteceu. Quando nos olhámos nos olhos, ficamos “apanhados“. Os olhos dele eram grandes, redondos, claros/escuros, profundos, misteriosos. Os meus: paralisados, presos, enfeitiçados, perdidos nos dele.

Que promessas aqueles olhos traziam. Promessas de lugares muito distantes, fascinantes, onde só havia lugar para nós dois. Praias infindas de areia branca com as ondas a espraiarem-se à luz dourada do Pôr-do-sol e os nossos corpos desejosos do êxtase, satisfeitos e insatisfeitos, brilhantes de suor e de amor, docemente cansados.

Toda aquela noite, não conseguimos despegar os olhos um do outro. Apesar das centenas de pessoas que se acotovelavam e se cruzavam connosco naquela especialíssima noite de 28 de Junho de 1997, nada mais conseguíamos ver. Estávamos somente, OLHOS NOS OLHOS!


Z.P.M. - 1998

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